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"Novo Normal"​: Teremos um novo conceito de VUCA?

Foto do escritor: Gislaine PradoGislaine Prado

Começamos a ouvir as primeiras discussões sobre o ´Novo Normal´. De certa forma é consenso que ao retornarmos as nossas atividades, elas não serão da forma que estávamos acostumados. Por não termos uma vacina ou remédio, corremos o risco de ter novas ondas da pandemia, intercalando quarentena e flexibilização. Nesta reflexão do que seria o novo normal, me peguei pensando qual seria o novo VUCA... Ele ainda continuará atual neste contexto?


Segundo a Wikipedia, o termo VUCA foi usado pelo exército americano para designar como o mundo ficou ao final da guerra fria. Em 2002, este termo migrou do ensino militar para o mundo dos negócios.


Este anacrônico em inglês significa:


V (Volatility) – Volátil

U (Uncertainty ) – Incerto

C (Complexity) – Complexo

A (Ambiguity) – Ambíguo


Com certeza durante a pandemia e no período pós, o mundo continuará ainda mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, porem ousaria colocar mais uma letra nesta anacrônico: um V, ou seja, VVUCA. Esse novo V, seria de VULNERAVÉL.


Não que antes da pandemia não estivéssemos vulneráveis a torrente de transformações que temos passado, mas acredito que esta experiencia nos conscientizou de nossa vulnerabilidade, seja como pessoas, negócios e economia. Fomos obrigados a sair do piloto automático, ao nos deparamos com a possibilidade da morte, da ruptura, do limite. Isso aconteceu tanto no sentido concreto em relação as nossas vidas e das pessoas ao redor quanto no metafórico, de nossos empregos e empresas, talvez da economia como ela é hoje, dos nossos relacionamentos, etc. Nos vimos sem respostas prontas e obrigados a usar um recurso que evitamos ao máximo: lidar com a tentativa e erro e a insegurança que isso nos traz.


A dra. Brené Brown, destaca que a “vulnerabilidade não é fraqueza; e a incerteza, os riscos e exposição emocional que enfrentamos todos os dias não são opcionais [...] A vontade de assumir os riscos e de se comprometer com a nossa vulnerabilidade determina o alcance de nossa coragem e clareza de nosso propósito. Por outro lado, o nível em que nos protegemos de ficar vulneráveis é uma medida de nosso medo e de nosso isolamento em relação a vida.”


Continuei minha reflexão e sendo mais atrevida, resolvi acrescentar mais uma letra, a letra H, teríamos então o VVUCAH. Este H seria de HUMANIDADE, pois os novos desafios, que vão se apresentar, vão exigir mais empatia e colaboração para serem resolvidos. Temos um exemplo atual, se olharmos a área da pesquisa cientifica. Este é o momento de maior colaboração e compartilhamento de informações na busca por uma vacina. Isso pode acelerar um processo que leva em média cinco anos, cair para um ano e meio.


Estaremos mais expostos neste novo contexto e será necessário um olhar mais humano para nos apoiarmos mutuamente quando algo não funcionar como imaginávamos ou não sabermos como prosseguir, conscientes que isso fará parte da jornada.


Outra questão que a pandemia nos mostrou ligada a humanidade, foi que não podemos mais “deixar ninguém pra trás”. Precisamos treinar nosso olhar para ser mais amplo e sistêmico. Temos que ter um esforço como sociedade para incluir a todos neste “novo normal”. Seja exigindo das autoridades, políticas públicas, seja com ações individuais ou coletivas. Não falo em assistencialismo, falo aqui de ações efetivas para que todos tenham acesso as oportunidades e possam construir seu futuro. Desta forma irão sair da invisibilidade e fazerem parte de verdade deste mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Ayrton Senna, tem uma frase, pelo menos falam que é dele rs... “Os ricos não podem mais viver numa ilha rodeada por um mar de pobreza.” Só trocaria aqui “ricos” por “todos que possuem alguma condição mais privilegiada que a maioria”.


É você? O que pensa respeito deste novo possível VVUCAH?


Para saber mais:

A coragem de ser imperfeito | Brené Brown

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